O Campus

Em 2011, a UFSCar aceitou o desafio de implantar seu quarto campus - Lagoa do Sino -, localizado no município de Buri (SP), cuja área urbana fica a 35 km do Campus. Já a cidade de Campina do Monte Alegre está a 6 km do Campus Lagoa do Sino, instalado em uma fazenda de 643 hectares altamente produtivos. A propriedade pertencia ao escritor Raduan Nassar, que decidiu doar a fazenda para a UFSCar após três meses de negociação, que contou com a participação do então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; do ministro da Secretaria Geral da República, Gilberto Carvalho; do Ministro da Educação, Fernando Haddad; do Deputado Federal Newton Lima; e do Reitor da UFSCar à época, Targino de Araújo Filho.

A UFSCar aceitou o desafio com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da região e, em 2014, foram iniciadas as atividades dos três primeiros cursos de graduação do Campus. Foi feito um pacto do aceite da Universidade, que recebeu, além da área, todas as instalações e parte dos equipamentos da propriedade, como tratores, colheitadeiras e silos de armazenagem. O Campus fica a 130 km da cidade de Sorocaba, em uma região caracterizada pelo contraste entre alguns municípios muito industrializados e outros com economia voltada para a pequena agricultura, de base familiar. A região também tem características ambientais interessantes, com remanescentes de Mata Atlântica e de Cerrado, sendo uma das regiões do Estado de São Paulo com os maiores índices de preservação da vegetação nativa.

O projeto elaborado para o Campus Lagoa do Sino, considerando estas e outras características da região, foi estruturado em três eixos: Desenvolvimento Sustentável Territorial (que significa, em linhas gerais, justamente o compromisso com a realidade regional); Soberania e Segurança Alimentar; e Agricultura Familiar.

Hoje, o Campus tem 9.947,15 m2 de área construída, entre edificações da antiga fazenda que foram adaptadas para atender às novas necessidades e edifícios construídos pela Universidade, que abrigam salas de aula, laboratórios didáticos, sala de informática, gabinetes docentes, estrutura administrativa, Biblioteca e Restaurante Universitário, dentre outras instalações.

Texto retirado: https://www.lagoadosino.ufscar.br/o-campus

O Território Lagoa do Sino

O Território Lagoa do Sino abrange os municípios do Sudoeste Paulista. De maneira mais próxima, a UFSCAR Campus Lagoa do Sino tem desenvolvimento projetos intensos nos municípios de Campina do Monte Alegre, Angatuba, Buri, Itapetininga, Paranapanema, São Miguel Arcanjo Itapeva e Itaberá.

Esse território é considerado o mais pobre do Estado de São Paulo conhecido como "ramal da fome". Conta com um contraste entre grandes propriedades rurais e pequenas propriedades da agricultura familiar, aldeias indígenas, quilombos, assentamentos rurais e periferia urbana.

A UFSCAR Campus lagoa do Sino foi implantada por intermédio de doação de uma Fazenda pelo escritor Raduan Nassar, que tinha o sonho da construção de um campus Universitário com foco em questões sócioambientais que contribuíssem para a transformação social do território. 

A região já foi frente de batalha da Revolução Constitucionalista de 1982 e a Fazenda já foi propriedade na década de 1930 da família Rocha Miranda; estudos recentes demonstraram que essa família pertencia ao Movimento Integralista e tinham amizade estreita com o ministro da Economia da Guerra de Hittler, Krupp e, também, essa família escravizou dezenas de crianças negras adotadas no Rio de Janeiro.

A tese de doutorado "Educação, autoritarismo e eugenia = exploração do trabalho e violência à infância desamparada no Brasil (1930-1945)", de autoria de Siney Aguilar Filho, traz a tona essa terrível história que não pode ser esquecida e que ajuda a compreender parte das mazelas, racismo e desigualdades que são heranças históricas.

Essa tese deu base ao premiado documentário "O menino 23" e ambos podem ser conferidos no link abaixo:

Documentário Menino 23 

Educação, autoritarismo e eugenia = exploração do trabalho e violência à infância desamparada no Brasil (1930-1945)